Ser criado,gerar-se,transformar
O amor em carne e a carne em amor ; nascer
Respirar,e chorar,e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se ; e despertar
Um dia à luz e ver,ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar
E crescer,e saber,e ser,e haver
E perder,e sofrer,e ter horror
De ser e amar,e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito ...
Vinícius de Morais
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira .
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Foi querendo . . .
Foi querendo um querer intenso
Que me peguei questionando esse
tal bem querer e ser querido .
Foi querendo acertar que me deparei
com desacertos e desatinos .
Foi querendo coisas impossíveis
que esbarrei na impossibilidade de ser .
Que graça há em querer o possivel e alcançável .
Foi querendo um querer palpável ,
que meu bem querer se transformou em
um querer inconstante .
Foi querendo um querer sólido e sensato ,
que o meu querer se travestiu de nada .
Helô Costa
Que me peguei questionando esse
tal bem querer e ser querido .
Foi querendo acertar que me deparei
com desacertos e desatinos .
Foi querendo coisas impossíveis
que esbarrei na impossibilidade de ser .
Que graça há em querer o possivel e alcançável .
Foi querendo um querer palpável ,
que meu bem querer se transformou em
um querer inconstante .
Foi querendo um querer sólido e sensato ,
que o meu querer se travestiu de nada .
Helô Costa
Assinar:
Postagens (Atom)